Gosto de cidades que me engolem. É assim em Lisboa, foi assim em Bergen e Nova Iorque. Estou certo de que será assim em próximas moradas. Nada é quase nada, é quase, quase tudo! E isto não vai acabar bem, já não está bem. E, às vezes, basta sentir os cristais de gelo sob os pés gelados, mais aquele ruído crocante de neve (já gelo) a estalar, para percebermos. Basta isso mas é sempre tudo tão pouco, Tudo é tão insignificante e efémero, tão infinitamente pequeno e desprezível. Não valemos nada. É ridículo como pensámos que conseguíamos mudar o mundo. Só porque, quando estendíamos o braço e apontávamos o céu, conseguíamos pegar na lua ao colo. Tudo não passa de nada, um glorioso e consumido nada. Isto não está a dar certo, não vai acabar bem, vai só acabar. Sinto um fascínio enorme pelas pequenas coisas - como as marcas de café na chávena, como os miúdos angolanos a dançar kizomba no vídeo dos Buraka, como (eu sei lá, eu não sei nada) uma página dobrada ao acaso num livro. Tudo não passa de letras, números e música. E a música é que nos mata!
E depois, às vezes, basta dizer que nasceu na Suécia para nos conquistar:
Nunca fui a nenhuma cidade da Suécia - tenho pena!
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