31/05/2009
dans paris
E noutro filme, "Les Chansons d'Amour", também de Christophe Honoré, ouço isto no final:
Aime-moi moins, mais aime-moi longtemps.
Os franceses têm mesmo uma maneira muito deles de amar.
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Esplendor na Relva
30/05/2009
A Hawk and a Hacksaw - Délivrance
2009
Leaf / Flur
Continua a marcha fúnebre a celebrar o encontro entre a pop ocidental e a folk balcânica.
Com nome inspirado numa fala de Hamlet, o duo A Hawk and a Hacksaw formou-se em Albuquerque, Novo México, mas há muito que anda perdido de amores pela Europa de Leste. Jeremy Barnes vem na linhagem dos Neutral Milk Hotel (uma das bandas mais relevantes e menos citadas dos 90), onde assumiu as despesas da bateria – aqui ele ainda toca acordeão e também canta; Heather Trost toca violino.
Depois de uma estreia homónima a passar gloriosamente ao lado de quase todos, Barnes e Trost editaram um impressionante Darkness at Noon, em 2005, e ainda um par de trabalhos menores nos anos seguintes. Agora que o nome de Beirut está definitivamente sedimentado nas consciências colectivas e a pop ocidental anda há muito a fazer-se à folk balcânica, volta a ser tempo de ouvir isto e de render homenagem aos precursores desta coisa, que em 98 cantavam a Anne Frank e o rapaz de duas cabeças.
Os Neutral Milk Hotel têm a cara que merecem mas merecem que cada vez menos gente lhes vire a cara. Foram eles que iniciaram um cortejo fúnebre de temas queridos aos Balcãs e uma folk tocada por acordeão, gaitas e serrotes. Uma procissão agora retomada por um Délivrance que mistura canções tradicionais, devidamente retratadas, e material original do duo de Albuquerque (que poderiam perfeitamente ser canções tradicionais).
Chegados a Budapeste, Barnes e Trost juntaram-se ao Hun Hangár Ensemble, com quem, de resto, já tinham gravado há dois anos. O espírito geral do disco transpira uma exuberância levada ao extremo, mesmo que lá em cima se tenha escrito "cortejo fúnebre" (o culto da morte não é igual em todo o planeta, como se sabe). E há um certo fascínio tresloucado nestas canções, necessariamente autodestrutivo, como a fêmea que arranca a cabeça do macho depois do coito.
Não se quer com isto dizer que Délivrance não é um bom disco. É-o a vários níveis: quer na folia carnavalesca de "Turkiye", quer também na epopeia grega da também tradicional "Foni Tu Argile". Ou na digressão dos casinos de LA pela temperança balcânica em "I Am Not a Gambling Man" – e até acreditamos no tom confessional do homem mas aqui ele perdeu a aposta. Délivrance é como um coxo numa maratona: sim, sim, perder ou ganhar é desporto mas no pelotão segue o ainda insuperável Darkness at Noon. Não há muito a fazer.
http://www.bodyspace.net/album.php?album_id=1581
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discos
Out.Fest 09, Barreiro, 22-23/05/2009
Sei Miguel Metal Music 4
Ensanduichada entre uma volta de aquecimento excessivamente morna e um soporífero servido a desoras, a apresentação de Sei Miguel Metal Music 4 adivinhava-se (e confirmou-se) como o melhor da noite. Com Sei Miguel no trompete, Pedro Gomes na guitarra, e, como habitualmente, Fala Mariam no trombone e César Burago na percussão, apresentou-se “Coração de Oiro”, uma “peça programática” adaptada para quarteto. Assim é em Portugal, país “francamente nojento” (palavras do trompetista e arranjador): tem que se fazer muito com poucos. E o que o quarteto fez foram 40 minutos de uma peça que constantemente procura novas soluções e promove uma interessante conversa entre os instrumentos. Sei Miguel tem, além de uma língua afiada, notáveis qualidades de performer. Encheu o palco com simplicidade, ora caminhando como um andarilho, ora sentando-se a fumar, de costas para a audiência. Numa palavra: impressionante.
Black Joker
Com Tomutonttu retido em Barcelona (malas roubadas, ao que parece), a noite de sábado abriu com Black Joker, o projecto de Spencer Clark, uma das metades dos californianos Skaters. Tudo muito simplista, com percussão, guitarra e vocalizações minúsculas e pontuais – as teclas a ganhar relevo depois dos primeiros minutos. Foi um warm-up como deve ser um warm-up: seco, curto e muito directo. Foram 20 minutos em que Clark fez o que lhe competia na sala de cima, desceu as escadas e andou o resto da noite a passear-se no recinto, com o seu pronunciado bigode e chinelos de veraneante. Como dois amigos chegaram a comentar, uma das coisas boas deste tipo de eventos é a liberdade de se ir a um concerto e falhar o início ou o final do outro.
http://www.bodyspace.net/reportagens.php?rep_id=1268
Ensanduichada entre uma volta de aquecimento excessivamente morna e um soporífero servido a desoras, a apresentação de Sei Miguel Metal Music 4 adivinhava-se (e confirmou-se) como o melhor da noite. Com Sei Miguel no trompete, Pedro Gomes na guitarra, e, como habitualmente, Fala Mariam no trombone e César Burago na percussão, apresentou-se “Coração de Oiro”, uma “peça programática” adaptada para quarteto. Assim é em Portugal, país “francamente nojento” (palavras do trompetista e arranjador): tem que se fazer muito com poucos. E o que o quarteto fez foram 40 minutos de uma peça que constantemente procura novas soluções e promove uma interessante conversa entre os instrumentos. Sei Miguel tem, além de uma língua afiada, notáveis qualidades de performer. Encheu o palco com simplicidade, ora caminhando como um andarilho, ora sentando-se a fumar, de costas para a audiência. Numa palavra: impressionante.
Black Joker
Com Tomutonttu retido em Barcelona (malas roubadas, ao que parece), a noite de sábado abriu com Black Joker, o projecto de Spencer Clark, uma das metades dos californianos Skaters. Tudo muito simplista, com percussão, guitarra e vocalizações minúsculas e pontuais – as teclas a ganhar relevo depois dos primeiros minutos. Foi um warm-up como deve ser um warm-up: seco, curto e muito directo. Foram 20 minutos em que Clark fez o que lhe competia na sala de cima, desceu as escadas e andou o resto da noite a passear-se no recinto, com o seu pronunciado bigode e chinelos de veraneante. Como dois amigos chegaram a comentar, uma das coisas boas deste tipo de eventos é a liberdade de se ir a um concerto e falhar o início ou o final do outro.
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concertos
Grizzly Bear - Cheerleader
Os Grizzly Bear são talvez das bandas mais democráticas no espectro do indie rock que usa brilhantina folk e tem forte vocação experimental. Todos os membros da banda de Brooklyn, actualmente a editar pela Warp, cantam e tocam instrumentos tradicionais e electrónicos. Formado em 2004, o quarteto faz uma música que se caracteriza pela exploração de harmonias vocais e a que alguns chamam nada menos do que pop barroca.
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Cotonete Play
NOMO - Invisible Cities
"E, no entanto, move-se!" A exclamação de Galileu, quando foi obrigado a renunciar à teoria heliocêntrica, aplica-se ao novo disco dos NOMO. Em "Invisible Cities", não só a Terra se move como tudo quanto existe nela parece animado de intenso e descontrolado movimento. A banda de afrobeat, formada no Michigan, tem Fela Kuti como guia espiritual (nem poderia ser de outra forma) e regressa com um mapa de cidades que são bilhetes sonoros.
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discos
dR.estranhoamor - Os Crimes do dR.estranhoamor e Outras Estórias
Dr. Strangelove é o protagonista de um filme com o mesmo nome, realizado em 1964 por Stanley Kubrick. Em traços largos, trata-se de uma sátira ao medo do nuclear que a Guerra Fria provocou entre os Estados Unidos e a então União Soviética. O medo cria ansiedade e a ansiedade é, muitas vezes, sossegada pela música. Os nossos estranhos amores sabem disso, pelo menos desde 2003, mas só agora editam o álbum de estreia.
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discos
Playlist > Maio 09
Entre o México e os Balcãs
Neutral Milk Hotel - In the Aeroplane Over the Sea
Beirut - Postcards From Italy
A Hawk and a Hacksaw - Pastelka On the Train
DeVotchKa - You Love Me
Black Ox Orkestar - Az Vey Dem Tatn
Giant Sand - The Beat Goes On
Mi casa es tu casa
Animal Collective - Leaf House
The Walkmen - Little House of Savages
Eels - Susan's House
The Magnetic Fields - You're My Only Home
Gorillaz - Rock The House
LCD Soundsystem - Daft Punk Is Playing at My House
Odeio domingos!
Sonic Youth - Sunday
Morrissey - Everyday Is Like Sunday
Finley Quaye - Sunday Shining
Sugababes - Sunday Rain
Goodie Mob - Sole Sunday
Basement Sound System - Rainy Sunday
Bacuzzi - Sunday's Child
Stephane Pompougnac - Sunday Drive
Por Obra e Graça
High Places - New Grace
Cat Power & Dirty Delta Blues - Amazing Grace
Marianne Faithfull - Falling From Grace
Jeff Buckley - Grace
Manic Street Preachers - There by the Grace of God
Spiritualized - Amazing Grace (Peace on Earth)
Neutral Milk Hotel - In the Aeroplane Over the Sea
Beirut - Postcards From Italy
A Hawk and a Hacksaw - Pastelka On the Train
DeVotchKa - You Love Me
Black Ox Orkestar - Az Vey Dem Tatn
Giant Sand - The Beat Goes On
Mi casa es tu casa
Animal Collective - Leaf House
The Walkmen - Little House of Savages
Eels - Susan's House
The Magnetic Fields - You're My Only Home
Gorillaz - Rock The House
LCD Soundsystem - Daft Punk Is Playing at My House
Odeio domingos!
Sonic Youth - Sunday
Morrissey - Everyday Is Like Sunday
Finley Quaye - Sunday Shining
Sugababes - Sunday Rain
Goodie Mob - Sole Sunday
Basement Sound System - Rainy Sunday
Bacuzzi - Sunday's Child
Stephane Pompougnac - Sunday Drive
Por Obra e Graça
High Places - New Grace
Cat Power & Dirty Delta Blues - Amazing Grace
Marianne Faithfull - Falling From Grace
Jeff Buckley - Grace
Manic Street Preachers - There by the Grace of God
Spiritualized - Amazing Grace (Peace on Earth)
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Cotonete Playlist
27/05/2009
27
Estou a chegar à idade maldita. Não é bonito!
my heart is a worried thing
memories have planted seeds of a field I now
want to reap and sow
I'm on the same side as you
I'm just a little bit behind
my heart is a worried thing
memories have planted seeds of a field I now
want to reap and sow
I'm on the same side as you
I'm just a little bit behind
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Esplendor na Relva
25/05/2009
Kush Arora - The Dread Bass Chronicles
Kush Arora Productions
Any dancehall latecomer will tell you that the freshest music nowadays comes from the dubstep front – and you won't be fooled by that remark. The more assertive enthusiast, however, will probably point out that there's a sub-genre in dub that came about more than a decade before the dawning of acts like Burial or Kode9. The epicenter of this more digital take on dub – and then of dubstep itself – was Europe and, most notably, London.
The aforementioned post-dancehall style has had a great influence on the shaping of Kush Arora's sound, as had bhangra, a Southeast Asian phenomenon that is exotic and popular in equal parts. The San Francisco-based producer and remixer now returns with his fourth title, "The Dread Bass Chronicles", which opens a brand new chapter in heavy dubstep served with a deep dancehall-flavored bass.
Each track features a killer guest including MC Zulu, Bongo Chilli, N4SA and, of course, Warrior Queen. She had already appeared on last year's most innovative album, "London Zoo" by The Bug, and this time around she lays her incendiary vocals on the doped-out opener "Making Money". MC Zulu then takes a more futuristic dive into the digital unknown with "Lose Control", only to return later on more abrasive numbers like "Poison Pill" and "11th Hour Escape".
These chronicles wisely bite on Eurasian traditional sediments to expand the contemporary canvases of today's music, producing a hybrid of dub, industrial and dancehall for the new millennium. This tendency to agglomerate different ambiances is mostly perceived on cuts like "Come From Yard", featuring Juakali, where you first hear what sounds like the sea and then are bombarded by techno-friendly detritus.
Kush Arora's latest is thus a great way to take a glimpse of a fast-approaching future while keeping an ear to the background noise that paved the way to the point where you stand. And it does so by carefully gluing both ends together, and centrifuging all elements with accurate speed and expertise. "The Dread Bass Chronicles" are like the rising sun emerging from the glowing horizon but still keeping layers of darkness around. The future is both menacing and exciting, the future begins now. Welcome to the future!
http://www.properlychilled.com/music/release/679
Any dancehall latecomer will tell you that the freshest music nowadays comes from the dubstep front – and you won't be fooled by that remark. The more assertive enthusiast, however, will probably point out that there's a sub-genre in dub that came about more than a decade before the dawning of acts like Burial or Kode9. The epicenter of this more digital take on dub – and then of dubstep itself – was Europe and, most notably, London.
The aforementioned post-dancehall style has had a great influence on the shaping of Kush Arora's sound, as had bhangra, a Southeast Asian phenomenon that is exotic and popular in equal parts. The San Francisco-based producer and remixer now returns with his fourth title, "The Dread Bass Chronicles", which opens a brand new chapter in heavy dubstep served with a deep dancehall-flavored bass.
Each track features a killer guest including MC Zulu, Bongo Chilli, N4SA and, of course, Warrior Queen. She had already appeared on last year's most innovative album, "London Zoo" by The Bug, and this time around she lays her incendiary vocals on the doped-out opener "Making Money". MC Zulu then takes a more futuristic dive into the digital unknown with "Lose Control", only to return later on more abrasive numbers like "Poison Pill" and "11th Hour Escape".
These chronicles wisely bite on Eurasian traditional sediments to expand the contemporary canvases of today's music, producing a hybrid of dub, industrial and dancehall for the new millennium. This tendency to agglomerate different ambiances is mostly perceived on cuts like "Come From Yard", featuring Juakali, where you first hear what sounds like the sea and then are bombarded by techno-friendly detritus.
Kush Arora's latest is thus a great way to take a glimpse of a fast-approaching future while keeping an ear to the background noise that paved the way to the point where you stand. And it does so by carefully gluing both ends together, and centrifuging all elements with accurate speed and expertise. "The Dread Bass Chronicles" are like the rising sun emerging from the glowing horizon but still keeping layers of darkness around. The future is both menacing and exciting, the future begins now. Welcome to the future!
http://www.properlychilled.com/music/release/679
BKLYN: Heavy Sounds From the County of Kings
Bastard Jazz Recordings
Brooklyn has been the place to be for quite some time now, and there's no arguing about that. It is therefore in a state of hard-to-contain enthusiasm that one welcomes this joint venture between Bastard Jazz Recordings and BrooklynRadio.net. Curated by label founder DJ DRM, and DJ Soulstatic, founder and program director at the aforementioned station, "BKLYN: Heavy Sounds From the County of Kings" is a pretty diverse account of what's hot around the borough's frenetic music scenes.
The first cut, "Make the Road by Walking" by Menahan Street Band, starts this thing off with a nice spin combination of retro and futuristic funk. It is nevertheless the name of Sharon Jones and the Dap-Kings that instantly pops up when browsing the track list. The revivalist soul ensemble sees the funked-out "How Long Do I Have to Wait for You?" remixed by Ticklah in an ultra-dubbed fashion.
The number is then followed by the Arab-infused, inebriant sonic tapestry of the Subatomic Sound System doing "Our Father, Our King". But there's also some Latin soul for you to delve into: the Brazilian group União Black returns from the mid-70s to drop the slow-moving "Yeah Yeah Yeah", and The Pimps of Joytime bridge the geographical gap between New Orleans and Brooklyn with the exuberance of "Bonita". And, of course, Captain Planet's "Speakin' Nuyorican" is a track not to be skipped in any rerun of this great set of songs.
The Latin jazzy soul of the upper cuts gives way to more afrobeat-oriented breaks like The Midnight Lab Band's "Run Riot", and the 13-minute journey to Nigeria via Bklyn that is "Jeje l'Aiye" by the Akoya Afrobeat Ensemble. This track in particular, placed at the very core of the album, has some great sax parts done by Cedric "IM" Brooks that should not be missed by anyone.
Chico Mann's remixing work of DJ DRM's "Vidambana" inaugurates the dancefloor-worthy section of the record, a great opening that the Chimp Beams fully honor with the dub electronics of "Lovely Chimps". Clocking in at 65 minutes, the whole record is a passionately-taken sonic Polaroid of Brooklyn – and the remaining tracks are no lesser cuts and have a lot of replay value as well, even if they're not mentioned in this review.
http://www.properlychilled.com/music/release/678
Brooklyn has been the place to be for quite some time now, and there's no arguing about that. It is therefore in a state of hard-to-contain enthusiasm that one welcomes this joint venture between Bastard Jazz Recordings and BrooklynRadio.net. Curated by label founder DJ DRM, and DJ Soulstatic, founder and program director at the aforementioned station, "BKLYN: Heavy Sounds From the County of Kings" is a pretty diverse account of what's hot around the borough's frenetic music scenes.
The first cut, "Make the Road by Walking" by Menahan Street Band, starts this thing off with a nice spin combination of retro and futuristic funk. It is nevertheless the name of Sharon Jones and the Dap-Kings that instantly pops up when browsing the track list. The revivalist soul ensemble sees the funked-out "How Long Do I Have to Wait for You?" remixed by Ticklah in an ultra-dubbed fashion.
The number is then followed by the Arab-infused, inebriant sonic tapestry of the Subatomic Sound System doing "Our Father, Our King". But there's also some Latin soul for you to delve into: the Brazilian group União Black returns from the mid-70s to drop the slow-moving "Yeah Yeah Yeah", and The Pimps of Joytime bridge the geographical gap between New Orleans and Brooklyn with the exuberance of "Bonita". And, of course, Captain Planet's "Speakin' Nuyorican" is a track not to be skipped in any rerun of this great set of songs.
The Latin jazzy soul of the upper cuts gives way to more afrobeat-oriented breaks like The Midnight Lab Band's "Run Riot", and the 13-minute journey to Nigeria via Bklyn that is "Jeje l'Aiye" by the Akoya Afrobeat Ensemble. This track in particular, placed at the very core of the album, has some great sax parts done by Cedric "IM" Brooks that should not be missed by anyone.
Chico Mann's remixing work of DJ DRM's "Vidambana" inaugurates the dancefloor-worthy section of the record, a great opening that the Chimp Beams fully honor with the dub electronics of "Lovely Chimps". Clocking in at 65 minutes, the whole record is a passionately-taken sonic Polaroid of Brooklyn – and the remaining tracks are no lesser cuts and have a lot of replay value as well, even if they're not mentioned in this review.
http://www.properlychilled.com/music/release/678
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discos
23/05/2009
Mulatu Astatke & The Heliocentrics - Masengo
Esta é a terceira na série de colaborações, promovidas pela editora Strut, e que já juntou Amp Fiddler e Sly & Robbie, na primeira, e Horace Andy a Ashley Beedle, na segunda. Em "Inspiration Information 3", o foco deixa de ser o reggae ou a soul de Detroit e passa a ser a música tradicional africana e o jazz livre. Mulatu Astatke é um dos grandes nomes da Etiópia e os Heliocentrics são uma sábia mistura de referências ocidentais, africanas e do leste europeu.
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Cotonete Play
María Berasarte - Todas las Horas Son Viejas
Cantar fado em espanhol é uma heresia, diz Carlos do Carmo que alguns dirão. Mas ele não diz isso, diz outra coisa completamente diferente: «novo e muito belo» são as palavras que encontra o fadista para classificar os fados da basca María Berasarte. No final de Novembro do ano passado, ela foi convidada a subir ao palco do Pavilhão Atlântico durante o concerto que celebrou os 45 anos de carreira do fadista rebelde.
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discos
Isis - Wavering Radiant
Há muito que os Melvins não têm o exclusivo de tocar alto e lentamente. Depois da turma de Buzz Osborne, vieram muitos seguidores de que os Isis são honrosos representantes e com um peso cada vez maior. As influências estão todas lá e são assumidas pelo vocalista e guitarrista da banda de Los Angeles (formada em Boston em 1997). Aaron Turner acrescenta-lhes, de resto, o som dos Godflesh, do mago Justin Broadrick, dos Neurosis e dos Swans.
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discos
Beyoncé: a menina dançou
Pela segunda vez em Lisboa, Beyoncé deu, esta segunda-feira, vários espectáculos dentro do espectáculo principal. A morena de caracóis, longas pernas e passada sensual começou por ser "apenas" a notável dançarina que pisa o palco do Pavilhão Atlântico para, com a ajuda de um infindável guarda-roupa, cavalgar a noite na pele de várias personagens. Ela foi menina-camaleão, passando de artista de cabaret a princesa das Arábias e deusa africana.
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concertos
Nneka, a música como arma
Em noite de regresso a Lisboa, Nneka Egbuna deu, esta sexta-feira (15/05), um espectáculo com as cores quentes de África mas não teve direito a mais do que uma recepção morna. Quando subiu ao palco do Auditório dos Oceanos, no Casino da capital, a nigeriana começou por cantar na penumbra para soltar o apelo "wake up world, wake up and stop sleeping". Vestindo um calção largo, uma t-shirt também larga e um lenço rosa, Nneka passou revista ao disco do ano passado, "No Longer at Ease", sempre de braço levantado e pernas em posição de marcha.
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concertos
20/05/2009
Jorge Palma - Bairro do Amor
Sim, sim, eu sei que isto é um gigantesco, maldito e rotundo cliché. Mas esta é também uma das melhores canções de amor. Em qualquer língua. Por razão nenhuma, apenas porque.
No bairro do amor a vida é um carrossel
Onde há sempre lugar para mais alguém
O bairro do amor foi feito a lápis de cor
Por gente que sofreu por não ter ninguém
No bairro do amor o tempo morre devagar
Num cachimbo a rodar de mão em mão
No bairro do amor há quem pergunte a sorrir:
Será que ainda cá estamos no fim do Verão?
Eh, pá, deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu me compreendes bem.
No bairro do amor a vida corre sempre igual
De café em café, de bar em bar
No bairro do amor o sol parece maior
E há ondas de ternura em cada olhar.
O bairro do amor é uma zona marginal
Onde não há prisões nem hospitais
No bairro do amor cada um tem de tratar
Das suas nódoas negras sentimentais
Eh, pá, deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu me compreendes bem.
No bairro do amor a vida é um carrossel
Onde há sempre lugar para mais alguém
O bairro do amor foi feito a lápis de cor
Por gente que sofreu por não ter ninguém
No bairro do amor o tempo morre devagar
Num cachimbo a rodar de mão em mão
No bairro do amor há quem pergunte a sorrir:
Será que ainda cá estamos no fim do Verão?
Eh, pá, deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu me compreendes bem.
No bairro do amor a vida corre sempre igual
De café em café, de bar em bar
No bairro do amor o sol parece maior
E há ondas de ternura em cada olhar.
O bairro do amor é uma zona marginal
Onde não há prisões nem hospitais
No bairro do amor cada um tem de tratar
Das suas nódoas negras sentimentais
Eh, pá, deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu me compreendes bem.
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Esplendor na Relva
19/05/2009
17/05/2009
o cartaz
Todos os novos cartazes dos partidos políticos, que andam a enxamear as ruas da cidade, são maus. Mas esta série do "não andamos a brincar..." com o Nuno Melo é ridícula:
O homem está com aquele ar de super-herói de banda desenhada e ainda tem coragem de dizer que não anda a brincar...
O contra-picado sempre foi recurso dos líderes fracos para se afirmarem e agigantarem. É mesmo betinho!
O homem está com aquele ar de super-herói de banda desenhada e ainda tem coragem de dizer que não anda a brincar...
O contra-picado sempre foi recurso dos líderes fracos para se afirmarem e agigantarem. É mesmo betinho!
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Esplendor na Relva
16/05/2009
Mayer Hawthorne - Just Ain't Gonna Work Out
A confissão chega na forma de dúvida mas serve para avaliar o encanto instantâneo que a música de Mayer Hawthorne pode provocar. O patrão da Stones Throw, editora especializada em hip-hop independente, afirma que Hawthorne foi talvez o único artista na história da etiqueta que ele contratou depois de ouvir apenas duas canções. Mas não é só Peanut Butter Wolf a perder-se de amores: o reputado radialista da BBC Radio 1 Gilles Peterson e o produtor e DJ Mark Ronson também não escondem a admiração pela nova sensação da soul.
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Cotonete Play
Mísia - Ruas
O disco começa com uma interpelação à cidade que Mísia trocou por Paris em 2005: "que fazes aí, Lisboa, de olhos fincados no rio". Os dois primeiros versos resumem o espírito que atravessa estas "Ruas", um álbum duplo que é uma rendida homenagem à cidade portuguesa. "Lisboarium", a primeira parte, nasceu na capital francesa mas é descrita por Mísia como «uma viagem onírica pelas ruas de Lisboa», como «um sonho à distância». Nessas digressões sonhadas, a fadista fez-se acompanhar (em espírito) pelo pensador e amigo Eduardo Prado Coelho, que morreu em Agosto de 2007 - é a ele que dedica "Lisboarium".
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discos
Junior Boys - Begone Dull Care
A pop de fritura electrónica tem nas nossas vidas o mesmo efeito do papel de parede numa sala de visitas: não é indispensável mas ajuda a dar um toque de aveludada sedução à coisa. Descontando a estridência farta dos anos 80, que era como casa da província a despachar farnel em dia de festa, a memória recente produziu vários nomes isolados mas apenas um realmente consensual para as comunidades indie e electro, os Postal Service.
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discos
Supa sopram as velas da Matarroa
O trio Supa subiu esta quinta-feira ao palco do Cinema São Jorge, em Lisboa, para uma hora cheia de nervo, entrega e (infelizmente) muito menos gente do que merecia. O pretexto era o sexto aniversário da Matarroa, um dos mais interessantes selos nacionais na área do hip-hop, que lançou nomes como Fidbek, Xeg e Mundo Complexo, entre outros.
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concertos
13/05/2009
10/05/2009
St. Vincent - The Strangers
Annie Clark, que actua como St. Vincent, é uma mulher curiosa: vai-se fazendo notar através de aparições tímidas, algo secundárias, mas parece ter a poção mágica para conquistar o mundo. Em 2006, juntou-se à banda que acompanha Sufjan Stevens na estrada e, nesse mesmo ano, pôs a cidade do amor em chamas (metaforicamente, claro!) com o EP "Paris Is Burning". E, no ano seguinte, já estava a tocar guitarra no álbum "The Fragile Army" dos Polyphonic Spree.
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Cotonete Play
Black Sabbath - Paranoid (Deluxe Edition)
O segundo disco dos Black Sabbath, agora reeditado, foi uma obra definidora do heavy metal e é transgeracionalmente citado como um dos mais influentes dentro e fora do género. Muito antes de Ozzy Osbourne abrir as portas de casa para a MTV e mostrar ao mundo a sua família disfuncional, muito antes de organizar as várias edições do Ozzfest, o príncipe das trevas apontava o dedo acusador aos "porcos da guerra". "War Pigs" começou por ser o título do álbum mas, cedendo às pressões da editora, a banda optou por um mais inofensivo.
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Caetano Veloso - Zii e Zie
Por muito que se esforce, Caetano Veloso parece cronicamente incapaz de fazer um mau disco. Também não faz muitas obras-primas, nem isso se esperava dele ou de qualquer outro, mas o baiano de berço a viver no Rio não falha um único. E é importante lembrar que, pela grandeza do senhor e da obra, as expectativas são sempre muito altas. Caetano aparenta contudo uma invejável indiferença quanto à pressão e ao legado que vai construindo.
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discos
08/05/2009
Arch_Typ - Muddy Rhythms
Bagpak Records
"Muddy Rhythms" is Arch_typ's appropriately titled second EP on Bagpak Records. When heard in its entirety and with no pauses of any sort, this 40-minute mix is a solid and pretty accurate account of soul music moving its funky butt to the dancefloor. Hailing from Harlem, Arch_typ (aka Charles Noel) serves three big slices of the finest hyperactive rhythms, which are then given the remixing treatment.
When putting out an EP that's filled up with dope beats and blips, the lesser of two evils would be to first accommodate the listener to a fluffy cushion of calm ambience, as opposed to discharging the bad-ass cuts right away. Truth be told, there's no proper introduction to a record like this; it obsessively drags you to the very depths of self-indulgence and luxury. And there's nothing wrong with that.
So, Arch_typ seems to have chosen to kick things off on a down note, delivering a number that is both glitch-friendly and wild at the soul-charged heart. Featuring Ahmad Larnes on vocals, "Letting Go" is like gritting your teeth through a little tedium before getting the good stuff. The latter reworking of the track expand on that notion, especially the deconstructed Yellowtail instrumental remix.
"I Wanna Be With You" is micro-house music at its most romantic and saccharine-fueled. Sarah White's vocals warm up the otherwise pretty cold backdrop of repetitive, mechanical sampling (the latter dub version of the track is a work of minutia that adds extra warmth to the equation). Next is a funk-charged "Slide Technique", an over-synthesized number that feels more humane as it evolves throughout its four and a half minutes.
Even though it simply consists of three tracks and their multiple re-treatments, this "Muddy Rhythms" EP never sounds too repetitive – just repetitive enough to keep your hips shaking.
http://www.properlychilled.com/music/release/profile.php?view=673
"Muddy Rhythms" is Arch_typ's appropriately titled second EP on Bagpak Records. When heard in its entirety and with no pauses of any sort, this 40-minute mix is a solid and pretty accurate account of soul music moving its funky butt to the dancefloor. Hailing from Harlem, Arch_typ (aka Charles Noel) serves three big slices of the finest hyperactive rhythms, which are then given the remixing treatment.
When putting out an EP that's filled up with dope beats and blips, the lesser of two evils would be to first accommodate the listener to a fluffy cushion of calm ambience, as opposed to discharging the bad-ass cuts right away. Truth be told, there's no proper introduction to a record like this; it obsessively drags you to the very depths of self-indulgence and luxury. And there's nothing wrong with that.
So, Arch_typ seems to have chosen to kick things off on a down note, delivering a number that is both glitch-friendly and wild at the soul-charged heart. Featuring Ahmad Larnes on vocals, "Letting Go" is like gritting your teeth through a little tedium before getting the good stuff. The latter reworking of the track expand on that notion, especially the deconstructed Yellowtail instrumental remix.
"I Wanna Be With You" is micro-house music at its most romantic and saccharine-fueled. Sarah White's vocals warm up the otherwise pretty cold backdrop of repetitive, mechanical sampling (the latter dub version of the track is a work of minutia that adds extra warmth to the equation). Next is a funk-charged "Slide Technique", an over-synthesized number that feels more humane as it evolves throughout its four and a half minutes.
Even though it simply consists of three tracks and their multiple re-treatments, this "Muddy Rhythms" EP never sounds too repetitive – just repetitive enough to keep your hips shaking.
http://www.properlychilled.com/music/release/profile.php?view=673
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discos
05/05/2009
laurinda alves
Evito sempre demorar os olhos nas crónicas da Laurinda Alves. Um dia, li o texto todo de uma e fiquei cheio de vontade de me meter na droga e de, a pedido dos doentes terminais que encontrasse, lhes desligar a máquina. Certamente haverá outro modo de falar das maravilhas dos cuidados paliativos... Mas agora, ela aparece em cartazes políticos espalhados pela cidade e eu temo o pior!
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Esplendor na Relva
03/05/2009
as singularidades do manoel
Não sou daqueles detractores da obra de Manoel de Oliveira que lhe ridicularizam a imobilidade dos planos. Até já me diverti muito (nos vários sentidos do termo) a ver os filmes dele. Não me chateia nada a quase ausência de movimento de alguns planos em muitos dos seus filmes. Mas também não tenho paciência para a conversa do Manoel como o único cineasta centenário em actividade, do sublimar pelo sublimar. Como qualquer artesão (escrevo isto no sentido lato de quem faz arte), ao fazer filmes vem a jogo e merece ver o seu trabalho atacado ou elogiado. E, no caso de "Singularidades de uma Rapariga Loira", há apenas a reter dois planos - um da janela, em que Luísa Vilaça olha o substituto do amante através da cortina (vendo o amante e não o outro por ser baça a cortina), e outro, o final, congelado nesta foto:
Quanto ao resto, o filme é um bocejo enorme e um desperdício de dinheiro que só acontece por Manoel ser Manoel. Ao menos, João César Monteiro tinha piada, até mesmo quando assaltava o erário público. Há muito que Manoel de Oliveira a perdeu.
Quanto ao resto, o filme é um bocejo enorme e um desperdício de dinheiro que só acontece por Manoel ser Manoel. Ao menos, João César Monteiro tinha piada, até mesmo quando assaltava o erário público. Há muito que Manoel de Oliveira a perdeu.
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filmes
02/05/2009
Wilco - Jesus, Etc.
Não é por acaso que "Yankee Hotel Foxtrot" é o álbum mais citado e querido entre os seguidores dos Wilco (um universo que também inclui a equipa do Cotonete). O quarto na linhagem da banda de Chicago, o disco estava completo em 2001 mas a Reprise Records recusou-se a lançá-lo por considerar que não seria bem sucedido. Os patrões da editora erraram no prognóstico e perderam a banda: os Wilco bateram com a porta e o disco, finalmente editado em Abril de 2002, seria aclamado pelo público e pela crítica.
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Cotonete Play
Fight Like Apes - Fight Like Apes and the Mystery of the Golden Medallion
Não vem mal nenhum ao mundo se a música servir para pouco mais do que arrancar um sorriso da cara das cada vez mais sisudas pessoas que o habitam. Nem que o sorriso seja rasgado à faca numa atitude directa e frontal, muito querida ao punk da Londres e da Nova Iorque dos 70. Dada a tendência auto-fágica (desde o berço que o punk está condenado a morrer) mas igualmente reformista do género, os últimos tempos têm mostrado que é possível pôr um pozinho de arroz no punk sem o insultar muito com isso.
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discos
Playlist > Abril 09
Baleias e ciclones
Aquaparque - De Dentro de uma Baleia
My Bloody Valentine - To Here Knows When
Fever Ray - If I Had a Heart
Bonnie 'Prince' Billy - I Am Goodbye
Neko Case - Middle Cyclone
Slamo - Cubic Summer
Black Lips - Short Fuse
James Brown - Say It Loud (I'm Black and I'm Proud)
The Revolutionaires - Goldmine
Burial - Archangel
A ver passar os comboios
Silver Leaf Quartet - Gospel Train
Meade Lux Lewis - Honky Tonk Train Blues
Tom Waits - Downtown Train
Feist + Ben Gibbard - Train Song
The Ethiopians - Train to Skaville
Gomo - Be Careful With the Train
Um sofá e um copo de martini
Cut La Roc and Gary Lightbody - Fallen
Mozez and Zero 7 - Beautiful Day
FC Kahuna - Hayling
Midfield General and Linda Lewis - Reach Out
Freemasons and Amanda Wilson - Love On My Mind (afterhours mix)
Fragile State - Cleo
My Bloody Valentine no metal e no hip-hop
My Bloody Valentine - When You Sleep
The Opus - Isis
Dälek - Los Macheteros/Spear of a Nation
cLOUDDEAD - Dead Dogs Two
Jesu - We All Faulter
Nadja - Only Shallow
Aquaparque - De Dentro de uma Baleia
My Bloody Valentine - To Here Knows When
Fever Ray - If I Had a Heart
Bonnie 'Prince' Billy - I Am Goodbye
Neko Case - Middle Cyclone
Slamo - Cubic Summer
Black Lips - Short Fuse
James Brown - Say It Loud (I'm Black and I'm Proud)
The Revolutionaires - Goldmine
Burial - Archangel
A ver passar os comboios
Silver Leaf Quartet - Gospel Train
Meade Lux Lewis - Honky Tonk Train Blues
Tom Waits - Downtown Train
Feist + Ben Gibbard - Train Song
The Ethiopians - Train to Skaville
Gomo - Be Careful With the Train
Um sofá e um copo de martini
Cut La Roc and Gary Lightbody - Fallen
Mozez and Zero 7 - Beautiful Day
FC Kahuna - Hayling
Midfield General and Linda Lewis - Reach Out
Freemasons and Amanda Wilson - Love On My Mind (afterhours mix)
Fragile State - Cleo
My Bloody Valentine no metal e no hip-hop
My Bloody Valentine - When You Sleep
The Opus - Isis
Dälek - Los Macheteros/Spear of a Nation
cLOUDDEAD - Dead Dogs Two
Jesu - We All Faulter
Nadja - Only Shallow
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Cotonete Playlist
Shape na casa de vidro
Esta semana, o Coffee Breakz põe um megafone nas mãos de shape, aka SlangcorE, um MC e produtor de New Jersey que fez chegar à nossa caixa de correio "The Glass House LP". Uma hora de beats cortantes e crítica social de um rapper que cita como influência gente tão diversa como Daniel Johnston, Leonard Cohen, Will Oldham e o Wu-Tang Clan.
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emitido a 21 Abril
MySpace
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Rádio Zero
As crónicas do dread bass
Esta semana, o Coffee Breakz apresenta as Dread Bass Chronicles de Kush Arora (na foto, sentado). É um tratado de dubstep e dancehall, com participações de Warrior Queen, JuaKali, MC Zulu e Bongo Chilli, ensanduichadas entre fatias de trip hop, breakbeat e downtempo, servidas antes e depois do prato principal. Para ouvir e guardar até à primeira esplanada do Verão.
01 The Hermit Si Vous Me Quittez
02 Rae & Christian Play On (feat. The Jungle Brothers)
03 Kush Arora The Dread Bass Chronicles
3.1 Making Money Feat. Warrior Queen
3.2 Lose Control Feat. MC Zulu
3.3 By the Numbers Feat. Juakali
3.4 Wallflower Flex Feat. Wiseproof
3.5 The Truth Feat. Bongo Chilli
3.6 Poison Pill Feat. MC Zulu
3.7 Come From Yard Feat. Juakali
3.8 11th Hour Escape Feat. MC Zulu
3.9 Wine Mek Me See You Feat. Bongo C
3.10 People a Dead Feat. N4sa
3.11 Newcommers Feat. N4SA
04 The Angel Anything (feat. Angie Hart)
05 Vanessa Daou Heart of Wax
06 Govinda Breathe You in
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emitido a 14 Abril
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Rádio Zero
Syntheme - Lasers ‘N’ Shit
2009
Planet Mu
Mais um objecto voador pouco identificado no campeonato da electrónica para a cabeça. Isto é acid disco servido com muito funk.
A aparente frieza das programações, na área da electrónica mais cerebral, leva a muita especulação sobre a verdadeira figura humana que se esconde atrás das máquinas. Assim tem sido com Burial, mago do dubstep sem rosto e uma das mais deliciosas incógnitas da música actual. Será Richard D. James? Será Norman Cook? Ou será um tal de William Bevan, a viver no sul de Londres, como o jornal inglês The Independent especulou e o “próprio” confirmou meses mais tarde?
E assim é com Syntheme: não falta na Internet farta faladura sobre a identidade do bicho sintético. Richard D. James, ou Aphex Twin (ou The Tuss, alter-ego especulado para Richard mas negado pela Rephlex Records, morada de ambos), leva a taça de nome mais vezes lançado para a discussão. A editora Planet Mu já tratou de esclarecer (sem, no entanto, convencer todos) que Syntheme é Louise Wood, repartida por cidades como Brighton e Berlim.
As fotografias promocionais mostram uma loirinha a carregar um sequenciador ao ombro, contra um fundo de cores gritantes que remetem para a cena disco. Ou sentada, um dos braços apoiados no chão, o outro a segurar um disco de 33 rotações, e ao lado um leitor portátil de vinil. Há quem defenda, com evidente propriedade, que a conversa à volta da identidade desvia a atenção do essencial, que é sempre a música. Confirma-se: estamos a caminho de fechar o terceiro parágrafo sem escrever nada de relevante sobre Lasers ‘N’ Shit.
Pois que pertençam ao disco as últimas linhas deste texto! Resume-se tudo mais ou menos assim: o acid disco é o chavão mais adequado a estas vinte fatias, cortadas com cutelo de maquinaria electro e servidas com um extraordinário requinte funk. Tudo estala neste álbum que marca o regresso de Syntheme à Planet Mu. Tudo se desenvolve numa frívola cascata de fritura electrónica, beats marados e batidas analógicas a puxar para o digital mais nervoso.
Há umas quantas faixas que importa destacar neste concentrado de uma hora de house esventrado e electro a suar em bica. São elas “Red”, a terceira do alinhamento e a primeira que verdadeiramente faz a síntese definitiva entre um laptop armado em lança-torpedos e o hedonismo próprio das pistas de dança mais inflamadas. Há também a candura da voz feminina no tema inaugural e, mais à frente, o registo mais grave e rasgado de “Xwc”. No seu todo, Lasers ‘N’ Shit é prata electrónica que vende música futurista em papel de embrulho clássico. Embuste, banha da cobra? Não, um excelente negócio!
http://www.bodyspace.net/album.php?album_id=1563
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discos
01/05/2009
O Rappa em descarga eléctrica
Pela terceira vez a pisar solo luso, O Rappa ofereceu ao Pavilhão dos Lombos, em Carcavelos, um concerto onde predominou o ritmo caceteiro. A violência limitou-se, no entanto, à música pois não poderia haver discurso mais pacifista do que o de Marcelo Falcão. Dono de uma senhora voz de comando, capaz de vociferar graves e cair para um registo mais suave no instante seguinte, o vocalista da banda carioca apelou sempre à união entre os povos, em particular o português e o brasileiro.
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concertos
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