Sei Miguel Metal Music 4
Ensanduichada entre uma volta de aquecimento excessivamente morna e um soporífero servido a desoras, a apresentação de Sei Miguel Metal Music 4 adivinhava-se (e confirmou-se) como o melhor da noite. Com Sei Miguel no trompete, Pedro Gomes na guitarra, e, como habitualmente, Fala Mariam no trombone e César Burago na percussão, apresentou-se “Coração de Oiro”, uma “peça programática” adaptada para quarteto. Assim é em Portugal, país “francamente nojento” (palavras do trompetista e arranjador): tem que se fazer muito com poucos. E o que o quarteto fez foram 40 minutos de uma peça que constantemente procura novas soluções e promove uma interessante conversa entre os instrumentos. Sei Miguel tem, além de uma língua afiada, notáveis qualidades de performer. Encheu o palco com simplicidade, ora caminhando como um andarilho, ora sentando-se a fumar, de costas para a audiência. Numa palavra: impressionante.
Black Joker
Com Tomutonttu retido em Barcelona (malas roubadas, ao que parece), a noite de sábado abriu com Black Joker, o projecto de Spencer Clark, uma das metades dos californianos Skaters. Tudo muito simplista, com percussão, guitarra e vocalizações minúsculas e pontuais – as teclas a ganhar relevo depois dos primeiros minutos. Foi um warm-up como deve ser um warm-up: seco, curto e muito directo. Foram 20 minutos em que Clark fez o que lhe competia na sala de cima, desceu as escadas e andou o resto da noite a passear-se no recinto, com o seu pronunciado bigode e chinelos de veraneante. Como dois amigos chegaram a comentar, uma das coisas boas deste tipo de eventos é a liberdade de se ir a um concerto e falhar o início ou o final do outro.
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30/05/2009
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