Estou a ler "Pastagens do Céu" de John Steinbeck (1902-1968), um livro com 76 anos mas que envelheceu muito bem (os livros também ficam velhos e amarelos como as pessoas). Steinbeck tem uma escrita prenha de ritmo, tem aquela capacidade que a cultura anglo-saxónica de crítica literária chama de "page-turner". Aqui, ele desfia contos de decadência, percorridos por uma ironia requintada e uma ruralidade deliciosa (mesmo para quem, como eu, tem pavor e se sente oprimido em lugares pequenos). Se eu tivesse nascido no campo e não houvesse qualquer hipótese de fugir, teria sido escritor. Estou certo disso. Este é o Steinbeck, um escritor californiano, claramente influenciado pelas letras russas e existencialistas de Fiódor Dostoiévski:
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Hoje prometi que não ia falar sobre a candidatura de Santana Lopes à Câmara Municipal de Lisboa. Por isso, não falo sobre a candidatura de Santana Lopes à CML.
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Fico em estado de semi-choque quando vejo uma mulher bonita a andar de autocarro ou metro. Assalta-me sempre este pensamento infantil: "Mas porquê? Não podes simplesmente levantar voo?!" Felizmente para todos, fico de bico calado. Ainda que me dê particular gozo tornar o dia das pessoas mais surreal do que um quadro do Dali. É uma qualidade que tenho. A outra é ser capaz de escrever longamente sobre coisas inúteis. Cada um com a sua especialidade. Mas a verdade é que me aborreço de morte.
17/12/2008
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