Odeio dormir sozinho. Quem me conhece e a alguns dos meus vícios diários talvez nem desconfie mas é verdade. O facto de ter dormido sozinho a esmagadora parte da minha vida devia, mas não serve de grande consolo. Serve até mais de desconsolo, para dizer a verdade. Como dizia, os meus vícios do quotidiano não fariam prever tal atitude perante o sono. Sou um individualista, como já muitos me acusaram. Reconheço, é verdade. Mas se soubesses como cansa ser assim! Todos os dias. Não funciono sem uma chávena de café e um jornal para ler. O barulho das luzes e da publicidade e das televisões do metro e do rádio do comboio obriga-me a procurar refúgio no meu barulho, na minha música e a subtrair-me do mundo, como já meio mundo faz. Não resta portanto muito mundo por aí. Mas à noite, quando encontro os lençóis frios e sós, invento sempre mais um disco para ouvir, um filme para rever ou um post imbecil para escrever. Sou patético. Mas continuo a sorrir. Também porque sorrio.
I can get along without you very well
except sometimes
01/02/2009
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2 comentários:
Bonito! *
Obrigado, Rute!
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